(Serra do Japi – Trilhas ecológicas)

 

Apresentação do Projeto Pedagógico

A Fazenda Guaxinduva é uma propriedade particular de 1657 hectares, área equivalente a 2000 campos de futebol, localizada no município de Cabreúva. A fazenda faz parte do complexo da Serra do Japi que possui 274 km² de extensão, sendo patrimônio histórico e natural do estado de São Paulo, tombado em 1983 pelo CONDEPHAAT. Grande parte da Guaxinduva é coberta por áreas de proteção de mananciais e vida silvestre e nela se encontram os principais afluentes e nascentes preservados dentro da reserva do Japi.

Importante para o desenvolvimento histórico local, a Guaxinduva resguarda marcantes passagens do período bandeirantista e tropeirista durante o processo de povoamento do estado de São Paulo e de toda região do interior. Em suas matas, vales e montanhas viveram diversas tribos indígenas, bem como serviu de abrigo para bandeirantes, durante o período das entradas e bandeiras, sendo um provável local de concentração e saída de expedições. No vale acabaram se estabelecendo nos séculos XVII a XIX diversas famílias que passaram a explorar o transporte sobre o lombo de mulas como um meio de subsistência, compondo desta forma a fase econômica seguinte do Brasil colônia e imperial como importante polo do tropeirismo.

Hoje, uma das áreas mais ricas de Eco Turismo do estado de São Paulo, conta com trilhas em meio à mata atlântica (grande parte resquícios das tropas e bandeiras), cachoeiras, bosques, lagos, serviços de alimentação, muitas áreas de importante contexto para a recepção de atividades pedagógicas de estudo do meio.

 

História e Sustentabilidade

Localizada em meio às montanhas da Reserva do Japi, a Fazenda Guaxinduva era conhecida no passado como “bairro do Guaxinduva”, formado por poucas centenas de pessoas que habitaram o vale entre o fim do bandeirantismo no século XVII até o final do tropeirismo no início do século XX.

O início da ocupação do vale pelos colonos brancos, segundo os registros históricos, coincide com os primeiros caminhos utilizados para o avanço rumo ao sertão ainda no século XVI. Descrições do caminho velho denominado “caminho do sertão dos bilrreiros”, ou caminho real, registrado em 1603 na câmara de São Paulo, sugere a passagem pela serra do Guaxinduva e pelo Vale a partir do ponto: ...”mais alto do morro de onde se descortina todo sertão, ... segue o caminho pela face norte do morro ...” . Este morro que seria sobre uma beta de ouro, ou mina de ouro (ainda hoje a Fazenda ao sul do Guaxinduva é denominada Beta Grande) seria a serra do Guaxinduva. À face norte, a descida para o vale do Guaxinduva, e o ponto mais alto do morro o platô a 1267m que está exatamente a noroeste de Santana do Parnaíba, rumo determinado para a rota do caminho velho. Este caminho seguiria para Capivari, Piracicaba, Campos de Araraquara e até Cuiabá.

O vale serviria a época como ponto de concentração para saída das Bandeiras por ser abrigado pelas montanhas do ataque de índios, por sua abundância de águas e pela facilidade de manter os animais contidos em pastagens.

A localização estratégica do vale a dezesseis quilômetros de Santana do Parnaíba, 11 de Jundiaí, 13 de Cabreúva e 9 de Pirapora de Bom Jesus permitiu o estabelecimento e consolidação da atividade dos tropeiros que ali se estabeleceram a partir das bandeiras.

Com a implantação da rota dos engenhos a partir de Cubatão, passava por Santana do Parnaíba e seguia por Cabreúva, Capivari até Piracicaba a atividade tropeirista passa a ter maior demanda na região.

Em 1865 com a abertura da ferrovia Santos – Jundiaí os tropeiros começaram a perder competitividade e o vale empobrece juntamente com os seus habitantes, que pouco a pouco passam a abandoná-lo. No caso o desenvolvimento econômico mais uma vez estabeleceu o processo de êxodo rural.

Em 1920 Hermes Traldi que havia se estabelecido em Jundiaí com uma indústria de vinhos, começa a adquirir terras na serra do Japi. No vale do Guaxinduva adquire um total de 122 diferentes parcelas traduzidas em 122 escrituras distintas até unificar a totalidade do vale. Grande maioria adquirida diretamente dos descentes de tropeiros.

Na década de 1940 inicia o plantio de uvas nas áreas planas do vale e decide preservar as áreas de encostas porque já entendia que a madeira teria valor. A mentalidade preservacionista foi transmitida as gerações seguintes, seus filhos, netos e hoje bisnetos de tal forma, que mais de 80 anos de um trabalho de preservação das matas, resultou no que hoje pode ser visto e desfrutado: centenas de nascentes produzindo água pura, mais de 1000 hectares de mata com a fauna defendida, recuperada, sequestrando carbono, produzindo ar limpo e belas paisagens.

As instalações que dão suporte as atividades humanas dentro do vale, contam com energia elétrica fotovoltaica (placas solares), sistemas de água e sistemas de tratamento de esgoto que não agridem a natureza, todo efluente é tratado, o lixo coletado e destinado à cidade que tem um sistema de reciclagem parcial. Há mais de 20 anos não se faz qualquer uso de agrotóxicos em larga escala.

 

Ver. Ouvir. Sentir. Aprender.

É preciso observar ao redor, parar e abrir bem os olhos, tornar-se observador dos menores vestígios, captar a movimentação dos insetos e das aves, ver como a água se comporta ao se debater contra a pedra, estar atento às cores dos frutos, dos animais, ver e observar os pontos referenciais do caminho. Ouvir os menores dos ruídos emitidos pelos insetos, o som das asas rápidas do beija-flor ou das delicadas borboletas ao pousar no ramo de flor, ouvir as árvores e o som das folhas batendo com o movimento causado pelo vento, ouvir o som do próprio corpo, o som do grupo, o som dos animais, o som da fazenda, o som do Vale do Guaxinduva, e saber distingui-los. Sentir a textura das folhas, a temperatura da terra, a temperatura da água, sentir o vento batendo no alto do morro, sentir a satisfação de alcançar o objetivo, sentir a alegria de transpor dificuldades. Aprender com tudo.

Este é o ponto de partida para a Aventura Pedagógica: Fazenda Guaxinduva. As ações propostas durante o dia de visitação tem este parâmetro como aspecto que o define. Tudo isso para que a participação no roteiro seja uma vivência incrível e reveladora. Guias, monitores, agentes educadores, tratarão suas propostas, sendo elas lúdicas ou não, sob esta visão. É ela quem estabelece as competências trabalhadas para se alcançar o início de uma desejada Consciência Ambiental nos estudantes.

Toda a aventura, além de caminhar por uma linda trilha no Vale do Guaxinduva, desfrutar de vistas incríveis da Serra do Japi, encontrar cachoeiras exuberantes, e até mesmo nadar em piscinas naturais; se dá na interação dos estudantes com o meio, na percepção de sua utilidade para o grupo, na tomada de decisões, e na descoberta da natureza por si.

Por fim, de acordo com a faixa etária do grupo e até mesmo com o estágio de seu aprendizado, propomos algo diferente para a visita de seu grupo. Propomos a vivência. Trabalhamos com o lúdico, com o sentir, com a imaginação, proporcionando a consolidação de aspectos relacionados ao respeitar para aprender, onde poderão, por fim, estar contidos todos os outros saberes pedagógicos.

 

Atrativos

  • Nascentes
  • Cachoeira Castelo das Águas
  • Cachoeira do Sabiá
  • Trilha dos Macacos
  • Trilha Canto dos Pássaros
  • Trilha do Pico
  • Trilha do Ouro
  • Trilha da Montanha
  • Bosque do Conhecimento
  • Lago das Brisas
  • Sistema de energia solar fotovoltaica
 

Conteúdos Pedagógicos (História, Geografia, Física e disciplinas transversais)

  • Mata primária e secundária;
  • Formação histórica e geológica da Serra do Japi;
  • Fauna e Flora local;
  • Recursos hídricos da Serra do Japi;
  • Ação humana na natureza, degradação, lixo, impactos ambientais;
  • Decomposição de lixos e outros materiais na natureza;
  • Conceitos de empresa sustentável adotados pela Fazenda Guaxinduva;
  • Água como fonte de energia renovável – oficinas e contato com geração de energia;
  • Árvores locais, modos de dispersão de espécies, tipos árvores existentes;
  • Nascentes de água;
  • Uso múltiplo da água (uso humano, energia renovável)
 

Conceitos Trabalhados e Absorvidos pelos Alunos

  • Coletividade;
  • Respeito e ajuda ao próximo;
  • Atitudes próprias, causas e efeitos;
  • Maximização dos sentidos humanos, sentidos de audição e visão principalmente.
 

Roteiro de Visita

  • Chegada do grupo, recepção, sanitários.
  • Café da manhã
  • Apresentação do local
  • Preparação para trilha*
  • Separação das equipes
  • Saída para trilha
  • Cachoeira*
  • Retorno para almoço
  • Período da tarde: jogo, teatro, visita a diferentes pontos na sede da fazenda*
  • Preparação para saída
  • Saída

* A trilha, cachoeira e atividades do período da tarde, vão variar de acordo com interesse e idade dos alunos.


Ficha Técnica

Pacote completo inclui: Transporte (ônibus executivo), Autorizações, Refeições, Carnê (para facilitar o pagamento), Monitor (do local - assessorando o passeio do início ao fim).

Cada 20 pagantes uma cortesia para o professor

  • Recomendado para idade a partir de 7 anos.
  • Período integral, horário a combinar.
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